sábado, 17 de outubro de 2009

Gratidão

Tendo estado fora durante algum tempo, senti falta do estar com vocês e retornei com entusiasmo para trocarmos nossas atividades e experiências.
Hoje minha primeira lição do SEICHO-NO-IE me disse :
NÃO ENUMERE AS DIFICULDADES .
CONTE APENAS AS BÊNÇÃOS .
Em vez de enumerar os sofrimentos, enumere as dádivas.
Por que se queixa, se possui tantas dádivas ?
Para quem se lembra de agradeçer á saúde somente quando fica doente, virá a doença.
Do jardim daquele que se lembra de louvar o canto dos passarinhos somente quando eles desaparecem, os passarinhos se vão.
O modo de viver da SEICHO-NO-IE consiste em agradeçer.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

GENEROSIDADE


Pessoas sem egoismo iluminam o ambiente.

É bom nos expressarmos natural e espontaneamente.
Essa forma verdadeira é que faz se sentir bem aqueles que estão a sua volta. Quem age assim, atrai sempre gente que terá prazer na sua companhia.
Conheço algumas pessoas , não são muitas mas junto delas me sinto em paz.

Cordelia Carmen

domingo, 6 de setembro de 2009

NOTICIAS


Tive que sumir uns tempos mas estou de volta para contar as novidades.
Laura, minha neta, esteve aqui com seu namorado.Foram dias alegres e divertidos, entre outros programas fomos almoçar no FORTE DE COPACABANA ,na tradicional Confeitaria Colombo.Aconselho a todos que lá ainda não estiveram que procurem conhece-la Mesas ao ar livre te dão a impressão de estar a bordo olhando para maravilhosa meia lua que é a tão decantada praia.Durante muito tempo vou me lembrar deste momento.
Daniel é um encanto de pessoa, tem ótimo astral e é de facil relacionamento.Foi muito satisfatório perceber que estão apaixonados e que têm N afinidades para se prever fortes probabilidades de se manterem felizes. Ela, com muito esforço, conseguiu um bom emprego em Washington DC e com esta conquista voltaram para casa.Este é um momento pleno em que se sente a mão de Deus botando tudo em ordem.A satisfação de vê-los tão bem, compensa as saudades.
Tenho uma teoria " que a VIDA não fica pronta" mas este capítulo terminou bem.
Trocando de "prosa", comodizem os nordestinos, ontem fui com Angela ao Centro Espirita Joanna de Angeli, ela que tem pratica no assunto aprovou totalmente. Como iniciante , gostei do tema da bem dada palestra: A Prece.Fiquei contente também em saber que os mediuns socorrem os aflitos. É sempre bom saber onde procurar alento . Fico aqui por hoje.
NAMASTE!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Impasse


Aqui na casa de minha filha e genro, onde estou morando, tem uma Folhinha de parede com máximas tiradas da filosofia japonesa : SEICHO-NO-IE. Minha primeira distração do dia é ler qual o conselho sábio que ela nos traz. Como frequentemente ocorre a todos nós, estou aborrecida com um problema.

A sábia Folhinha me trouxe alento,dizendo o seguinte:


Diante de impasse,
Busque novo caminho.
Você encontrará
Saida, com certeza.
O comentário acrescenta:
No mundo regido por Deus, não existe caminho bloqueado nem beco sem saida.
Para quem acredita num Poder Superior este conselho é o suficiente para acalmar e nos dar condições de procurar a saida. É o que farei Cordelia

sábado, 25 de julho de 2009

Realização


Ontem recebi um dos melhores presentes dos últimos tempos, numa sessão de Terapia Comunitária no Renascer.

Um Senhor chamado Emerson falou do seu desejo de ajudar o próximo retribuindo o que havia recebido e aí contou: Há mais ou menos 10 anos a senhora e o senhor Renato salvaram minha vida, pois estava em desespero com um filho próximo da morte, um casamento desmoronando e dívidas acumuladas. A senhora me fez ver aspectos da vida para os quais ainda não tinha focalizado;
Sr. Renato me conseguiu um curso para aprender a consertar aparelhos elétricos e não só isso, ele me deu ânimo para seguidamente continuar estudar, força para perseverar nos momentos depressivos. Encurtando a história disse: Já tenho uma oficina que me dá o suficiente para manter minha nova família, 2° mulher e dois filhos saudáveis; o 1° filho como de esperado faleceu, pois não havia tratamento para sua doença.
Por ter conseguido atravessar essa tempestade e recuperar meu equilíbrio pessoal e familiar é que sinto necessidade de passar minha experiência pra outras pessoas que estão em situação semelhante a que eu estive. Com a força de vocês e minha determinação conseguiu reestruturar minha vida.Dessa conversa surgiu o sentimento de GRATIDÃO que nós terapeutas pudemos trabalhar no grupo ali formado. É surpreendente como pode funcionar este tipo de terapia abrangendo um número grande de pessoas.
Saí de lá como se andasse nas nuvens!
Não há nada mais gratificante do que ajudar alguém neste nível, como no caso do Sr. Emerson .
Agora, como diz uma amiga italiana a vida é feita de “Um pô di sole um pô di grijo.” (sol e cinza) Chegando em casa tive a notícia de que Carol estava com pneumonia. É incrível como um amor intenso se estende por gerações. Fiquei bastante preocupada, rezei muito por este bebezinho de olhar alegre, mas que já nos pregou tanto susto.
Hoje tentei fazer um trato com Deus: “Se for para levar alguém que seja eu.”
Depois pensei que Deus não ia cair neste trato “maroto” e voltei a falar serio com ele e com Nossa Senhora que tem sido sempre uma grande aliada.
Dois dias depois já tivemos , novamente melhores noticias sobre a saúde de Carol. Louvado seja Deus , ele ultimamente tem me atendido com prontidão.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Viva o Agora


Lembranças positivas ocasinais são gratificantes porém, de modo geral, para lidarmos bem com a vida temos que estar plenamente no AGORA.
O passado e o futuro só existem nas nossas mentes o que temos de real mesmo é um presente contínuo, onde conseguimos nossos progressos, por isso os sábios e mestres nos dizem: Vivam o Agora!!!!

Como acho importante esta postura, resolvi coloca-la aqui para pensarmos sobre ela.

sábado, 27 de junho de 2009

Lembranças


Laura, minha neta, partiu para Whashington D.C encontrar com Daniel, seu novo amor.

Na hora da despedida meu coração apertou e caí em prantos. Bobagem minha, pois tudo indica que vai construir uma vida feliz.
E ele por ter se destacado no curso que fizeram juntos em Londres ganhou uma bolsa de estudo de Pós-Graduação creio que em Ciências Políticas. O problema agora é conseguirmos um emprego para ela e assim obterem um pouco mais de largueza financeira e ela construir uma carreira.
Tem várias amigas de Vera e Paulo que estão procurando colaborar. Pressinto que vai dar certo e como disse uma amiga minha: “Laura tem que apostar nesta aventura, pois o principal ela já tem que é Daniel e amor é tão difícil de achar!”
Eu concordo, as outras etapas são mais fáceis.
Achei tão carinhoso da parte dele tranqüilizar Vera pelo Skipe, dizendo que fique sossegada pois pretende não só cuidar bem dela como fazer o possível para fazê-la feliz.
A intenção para mim já é uma grande passo.
Semana que vem teremos feriadões de S. João, Roberto vai para Minas, Vera para Angra e eu vou ficar aqui com Naná.
Ainda bem que conto com ela nessas horas, é um prêmio.
Renato e Rosani ficarão no Rio e penso fazer alguns programas com eles.
Quando eu era jovem adorava festas, fosse pular nos bailes, participar de quadrilhas, pular fogueira, tudo me divertia. A idade e as diversidades fazem a gente mudar. Perdi a animação, mas fazer o que?
Como diz minha amiga campeã internacional de “dar a volta por cima” tenho que me contentar com o que ainda possuo, ou seja, saúde, conforto e lembranças. Entre elas me ocorre uma ótima sobre festas. Quando ainda éramos namorados para me agradar, como Horst sabia que também gostava muito de Carnaval, comprou uma mesa no Teatro Municipal (caríssima) para Leonor, Maurício e nós dois. Foi um baile maravilhoso e eu não fiz por menos, me fantasiei de odalisca, modéstia a parte, eu estava mesmo bonita e ele vaidoso da bela namorada.
Quando a Quitandinha estava na moda fomos á varias festas.
Uma luta foi conseguir ir a Avenida no sábado das vencedoras assistir Roberto desfilar pelo Salgueiro, mas consegui e foi muito divertido e muito menos trabalhoso que imaginávamos.
Vale a pena recordar, assim acendemos as emoções relativas aos fatos.

Para combater o sentimento negativo, comecei a pensar no passado. Surgiram então imagens antiquíssimas de como festejávamos esta data. Havia um programa muito divertido que se chamava “Corso”. Cada família escolhia um tema de fantasia (tiroleses, odaliscas, escravas etc.) e assim vestidos, cada grupo decorava seu carro com os próprios personagens sentados nas capotas arriadas, nos estribos dos mesmos, nos capôs e etc.
O local era a Av. Rio Branco e como “e como se fosse um engarrafamento” por determinação, os carros iam a passo e muitas vezes paravam. Enquanto isso brincávamos com as pessoas dos carros mais próximos jogando serpentinas uns para os outros, confetes, lança perfume propiciando escolhas entre pares, flerts e danças nas ruas embaladas pelos sambas e marchas dos rádios dos carros que proporcionavam alegria e animação em plena Avenida. A idéia que tenho é que a visão do conjunto era como uma festa em que seus componentes e carros seriam a decoração. Mamãe preparava farnel com sanduíches e sucos e ali mesmo todos comíamos e nos divertíamos a valer. Quando adultos já dávamos preferência aos lindíssimos bailes que começavam com o do Avai no Iate Clube, este é claro exigia o mesmo tipo de fantasia para todos,só variando a criatividade e estilo de cada um.
É fácil imaginar que o cenário local contribuía para o esplendor da festa!
O baile do Teatro Municipal era o mais chique de todos, a decoração cada ano variava com o tema escolhido. Como os ingressos eram caríssimos aqueles que não podiam adquiri-los se colocavam para ver a entrada dos afortunados mais ou menos como atualmente assistimos pela TV a festa do Tapete Vermelho da entrega do Oscar em Hollywood. Vários clubes também abriam seus salões e a atmosfera de festa reinava 3 ou 4 dias em geral de forma sadia e alegre.
Por ordem da Prefeitura o Teatro Municipal foi interditado porque o trepidar da dança frenética poderia abalar as estruturas de tão linda e histórica arquitetura.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Quem sou eu?


Frequentemente penso nesta questão

Hoje me caiu em mãos o seguinte:

Você é fruto dos seus desejos
Que transformados em vontades,
Produzem suas ações.
Essas ações construirão seu destino

Upanishad IV.4.5

Concluo que devemos selecionar nossos desejos para no processo orientarmos com propriedade nossos destinos.
Vocês concordam?
Abraços de Cordelia.

sábado, 13 de junho de 2009

Ensino no Brasil


Ao meu ver exixte algo muito errado.
Porque a maioria das crianças detesta escola? Serão todas rebeldes?
O que acredito é que o orgão competente não atualiza o ensino tornando- o interresante e atraente por inercia, preguiça, desinteresse, sei lá! Penso que as crianças se interessam pelo que está aconteçendo agora seja na história, na ciência, na filosofia etc ... O que acrescenta a eles saberem que Pero Vas Caminhas escreveu a 1° carta do Brasil para o Rei de Portugal? Porque saber as idéias de Newton se já estamos na dos quantuns? Deixar de lado as idéias sobre a existencia como as de Yogamanda, Echar Tolle, Deepate Chopra e outros e troca-las por aula de catecismo. É de chorar! É longo o tempo que se passa na escola, por que nao fazer dele algo agradável e estimulante. Você perguntara: E ler, escrever e as quatro operações indispensáveis ?
Criança gosta de brincar e tudo isso pode ser desta forma. Falo de cadeira pois quando minha filha chegou na iade de jardim da infância, no suburbio em que eu morava nao havia este recurso, tive então que criar um. Com a ajuda da fábrica em que meu marido trabalhava que comprou minha ideia, montei uma escolinha piloto. Dei tanta sorte que encontrei professoras com o mesmo ideal e assim começamos a por em prática nossas idéias.
Histórias eram inventadas por todos e depois representadas por eles mesmos. Cartas eram escritas envelopadas, seladas e postadas num correio representado por uma aluna.
Para aprender a contar usamos blocos de madeira e assim tudo ia ficando divertido e concreto.
São só algumas técnicas pois falar de todas seria um tratado.
Penso também no local da aula e justa remuneração de boas professoras. Acho também que museus igrejas, deveriam ceder espaços para não faltar ensino aos menos favorecidos. Em regiões de clima seco, parques, jardins, até embaxio de uma arvore frondosa se pode com boa vontade, passar conhecimento.
Soube que já existe uma escola chamada da Roda que não tem lugar fixo só um ponto de encontro e as crianças adoram.
A cordenadora da minha Escolinha Bangu há muitos anos dirige escola super conceituada no Rio de Janeiro e mantem a mesma linha de conduta, formando pessoas criativas e bem sucedidas.
É isso que penso sobre ensino e se tivesse alguma influencia politica poria meu plano em ação pois já deu certo.

Nova fase


No meu diário não guardo cronologia com severidade, gosto de escrever quando estou inspirada.
Ontem foi dia que deixei minha casa para vir morar com Vera e Paulo. Falando a verdade não estava triste, pelo menos conscientemente. Quem já passou por situações como no meu caso, a doença inesperada e longa de pessoas queridas e a perda de Horst parecem que cria uma couraça para me defender de sentimentos menores. Foi com surpresa e alegria que entrei no meu novo quarto decorado com amor e bom gosto. Fiquei muito agradecida a Vera e Paulo por esta afetuosa recepção.
É verdade que a noite estava tão cansada que não pude aceitar o carinhoso convite de Roberto para uma noite de corrente de orações. Talvez o esforço para não me emocionar tenha se transferido para meu corpo, é possível.
Virando a página, como diz Rosani, dormi esta primeira noite num sono profundo, provavelmente por me sentir acompanhada e cuidada.
Agradeço a Deus por estes filhos (genro e nora) ma-ra-vi-lho-sos que Deus me deu, nem todo mundo ganha este presente da vida.
Recebi a notícia de que Carol está melhor a febre abaixou o que indica que o antibiótico está fazendo efeito. Obrigado meu Deus, o senhor é mesmo o máximo!
Estou escrevendo no quarto de Laura que está em São Paulo, para dar um descanso ao meu ar condicionado.
A canícula continua, creio que se medidas muito sérias não forem tomadas este planeta “vai para o espaço.”
Alô, Alô Obama! Começa logo a fazer algo inteligente para não esburacar mais essa camada de Ozônio!
Amanhã seria aniversário de D. Regina minha sogra, Horst gostava tanto dela que mais de cinco anos depois de sua morte ao levar flores para seu túmulo soluçava num pranto profundo.
Ele era tão amoroso!
Nem pensar em ligar para Freya é um acúmulo de muito dor.
Alegrias e tristezas se revisando quem consegue fugir delas?!

sábado, 30 de maio de 2009

Idade, Bisnetas, Assalto e Noite de Autógrafos


Nunca fui de me assustar com idade mas ao completar 80 anos no mês passado fiquei mobilizada.

Meu Deus, que vida longa! Não quis festejar, mas as flores, cartões, presentes, foram chegando eu me emocionando com tantas palavras bonitas de filhos, netos, sobrinhos, amigas, afilhadas e depois de mais de 30 telefonemas parei pensei e senti afinal minha vida tinha valido apena. Não foi atoa que se lembraram da data, comecei a pensar na ligação positiva que tive com todas elas e de cada uma brotava uma recordação agradável. Gostei mais do que se tivesse feito uma comemoração que pelo visto teria sido concorrida, alegria barulhenta, mais não teria tido a oportunidade de ficar com cada um através de seus dizeres afetuosos no silêncio da casa vazia.
Pronto, passou, já me conformei de ser idosa, porém com saúde suficiente para não dar muito trabalho. Não tenho mais medo da morte, com o tempo, as realizações a agente vai se saciando da vida e desejando partir antes de passar por mais perdas dos queridos que se vão.
Mudando da velhice para infância quero contar das minhas bisnetas que passaram uns dias aqui no Rio.
Carol é recém-nascida daquelas que choram sem parar. Cólicas? Ansiedade de existencial? Quem vai saber?
A única técnica que suaviza um pouco é o sábio colo-andante. E haja avós, pais, babás para dar conta...
Mas a boa notícia é que ela esta ganhando peso, o que estava nas preocupando. Gabi é tudo que se deseja numa criança: Bonita, inteligente, afetuosa e espirituosa. Nos momentos da choradeira costuma dizer: “Carol para, por favor, que a Gabi não agüenta...” Adoro outra expressão que usa de vez em quando “Bivó, não conchigo é alto, está quente...”
Seu aniversário de 2 anos foi um acontecimento, teve de tudo, balões coloridos, mesa enfeitada, bolo, presentes, teatro de marionetes e muito mais. Creio que não só os pais e avós se divertiram mais ela também “curtiu” cada momento.
Vou voltar ao passado para contar dois fatos que me tocaram profundamente, cada um do seu jeito.
Dia 29 de Outubro de 2008 não esquecerei nunca, pois foi o dia que cai no conto do seqüestro. Já tinha tido noticia deste fato a tempos atrás mais são tantos os truques e chantagens que deste, me havia esquecido. Ao atender ao telefone ouço terríveis ameaças a minha filha, escuto sua voz chorosa e pedindo socorro que poderia jurar ser a dela. Em pânico obedeci a todas as ordens sem pestanejar. Peguei os R$ 5.000,00 que tinha em casa e corri para o ponto de táxi mais próximo mantendo comunicação ininterrupta pelo celular com meus algozes. Respirava fundo e rezava para manter a calma. Como estava proibida de falar ao motorista tive a idéia de escrever no verso de um cheque, único papel que possuía para pagar a corrida entregá-lo ao chaufeur contando o que estava me acontecendo e o telefone dos seqüestradores, para que meus filhos pudessem saber o local que tinha sido deixada e tivessem uma pista por menor que fosse. Mais graças a Deus Naná e Paulo, não foi preciso, pois ela inteligentemente me acompanhou de longe para saber o ponto de Táxi onde peguei a condução e ele teve a idéia de mandar alguém lá para que avisassem que uma senhora com traje X sendo levada para Caxias estava sendo seqüestrada. Deus então encaixou tudo e foi no “último minuto do segundo tempo” que o motorista disse: “Senhora sua filha está no celular, vamos embora porque isto é um golpe.” Bendito sejam vocês meus queridos que me salvaram de prováveis torturas e extorsões. Ainda bem que tive um dia para descansar deste terrível choque e me preparar para a noite de autógrafos do dia 31.
Foi uma noite agradabilíssima em que tive o prazer de doar meu 1° livro chamado: “Primeiros Passos – da Psicologia à Espiritualidade.” As pessoas chegaram em bandos na Pizzaria Caprieciosa da Barra, Vera e eu procurávamos reuni-las de forma harmônica. Tenho certeza que a maior parte gostou desta reunião informal porque deixei o local depois de meia noite e alguns convidados ainda ficaram por lá. Estes episódios são mesmo um resumo de como é a vida, alegrias e tristezas se reservando para todos nós.
Alguns retornos daqueles que leram o livro e não tinham motivo para querer me agradar, foram críticas muito positivas. Valeu, este fato me alegrou e animou a continuar a escrever o “livro de contar a vida” como diz Clara uma das personagens de Isabel Allende do livro a Casa dos Espíritos.

domingo, 24 de maio de 2009

Final Feliz




Minha filha é médica, especializada em Psicossomática (Psicologia Médica) conseguiu fundar seu setor no Hospital da Lago RJ, onde trabalhou muitos anos.


Quando foi transferida para Pediatria sofreu intensamente pois percebeu que no momento da "alta"as mães não tinham dinheiro para comida que dirá para remédios.Cabisbaixas saiam em silencio mas logo depois a criança ou adolescente voltava com a mesma doença agravada e as vezes para morrer
Vera resolveu que alguma coisa tinha que ser feita , reuniu no play do seu AP profissionais de saúde do HL, vizinhos, amigos e parentes expoz a situação e com a adesão dessas pessoas foi criada a Associação Saude Criança Renascer .
Num trecho de um poema de Goethe ele diz mais ou menos assim:Se você pretende fazer o bem a seus semelhantes comece logo pois a Providência Divina estará do seu lado e você se surpreendera com as "coincidências"que surgirão em seu auxilio .A primeira veio de uma vizinha minha que "por acaso" entrou comigo no elevador, aceitou de participar da reunião de adeptos prestes a começar. Logo de saida nos apresentou a uma amiga que também fazia um trabalho beneficente nas cavalariças do Parque Lage e generosamentente nos cedeu um espaço para darmos inicio a nossa obra. Durante oito anos trabalhei com imenso prazer em várias equipes do Renascer e tambem tive oportunidade de criar algumas.
Passados dezessete anos existem cerca de 24 associações semelhantes formando uma rede que ajuda centenas de famílias e milhares de crianças .Somos reconhecidos internacionalmente e já recebemos premios significativos.Se alguem desejar saber mais a respeito visite o site :
http://www.saude-crianca.org.br/
E ai Talita esta não é uma linda atitude verdadeira e comovente com um Final Feliz?
Cordelia Carmen

sexta-feira, 22 de maio de 2009


Ela poderia ser facilmente comparada a um sol. Era loura linda, brilhante, adorava experiências novas e emocionantes.

Deu conta dos estudos fundamentais, foi campeã estadual de tênias, no golfe atingiu a 1° categoria. Casou-se, teve as lutas comuns dos primeiros tempos, seu marido venceu profissionalmente e lá pelo meio dos tempos ela administrava uma mansão e um belo apartamento de praia. A vida continuou rolando e seu primeiro desgosto foi a perda de sua 3° filha, depois de grandes lutas para salvá-la. Todo mundo pode imaginar a ferida profunda que este fato acometeu uma mãe.
Ainda teve forças para ter uma nova filha e criar as três com desvelo e carinho. Contudo novas desilusões, doenças e desgostos chegaram sem piedade. Sempre tentando se aperfeiçoar para se sentir merecedora de atenção e carinho, mantinha a forma física de uma jovem. Creio que não foi bem sucedida em suas pretensões.
Então com seu espírito de conquista fez um curso completo de Direito. Acordava bem cedo para dar conta de seus afazeres e cumpria-os todos. Foi lamentável que não tivesse nenhum rudimento de espiritualidade. No meu entender, ela cansou de se esforçar para ser reconhecida e amada por um companheiro a sua altura.
Eu adorava esta sobrinha!!!
Senhor tende piedade desta alma bem intencionada e correta, dai a ela um lugar de luz e paz que não conseguiu nesta vida.
Amém.


Na 3° tentativa ela conseguiu seu intento e partiu desta vida. Sua filha, doente emocionalmente há anos fez o mesmo. Esta foi uma terrível desgraça que nos atingiu a todos, mas nada comparável ao estado em que está sua mãe, minha grande amiga que lamento profundamente esteja passando por este desgosto que certamente carregará até seu fim. Impotente diante de tão grave situação, da distância e idade avançada de ambas a única coisa que posso fazer é telefonar freqüentemente, mostrando meu carinho. Para ter o que falar, conto da nossa vida e às vezes consigo até fazê-la rir. Na maior parte do tempo choramos juntas com saudades do tempo em que como ela diz “A vida ainda estava arrumada”.

sábado, 16 de maio de 2009

Ainda acordo sempre me sentindo com 38° de febre, a única coisa que me dá forças é que sei que se não fraquejar vai passar. Como?

Principalmente fazendo uma atividade que exija raciocínio, exercícios, movimentos, funções também ajudam. Passei um fim de semana como muitos, com Tereza filha de Naná que Vera generosamente contratou para me acompanhar. Ela é uma pessoa com astral alto, dessas que tira o ânimo não sei de onde, mas o que importa é seu riso fácil e disposição para tudo. Nós duas adoramos jogar canastra o que ela invariavelmente me ganha. Enquanto suo para fazer uma limpa ela faz 3 até 4 como se fosse um forno de canastras. Isso irrita um pouco, mas é tão divertido e me faz tanto bem emocionalmente que perder é o de menos.
Outro fato relevante de ontem foi que Roberto veio com Bruno ao encontro de Renato, carinhosamente o abraçou chamando-o de meu irmão querido!
Fiquei alegre por esta reconciliação, pois sei o quanto vai ser importante para os dois, num futuro não muito longe. O avanço na espiritualização fez muito bem para Roberto, se prega que o perdão é o mais importante têm que começar a fazer uso com seu irmão de sangue.
Esse fim de semana todos viajaram cada um para seu lado... a casa está tão silenciosa, que mesmo com os aparelhos auditivos não dá para ouvir nem um ruído. Apelo para o Espírito Santo que existe em mim e sinto-me bem mais confortada. Será que vou merecer a vida eterna? Faço alguma das prerrogativas que dizem os livros serem necessárias, mas só algumas. Tenho fé que Deus repare que meu corpo está cansado e me acolha como sua filha bem intencionada e que o ama.
Amém.

Como vêem passei muito tempo sem escrever. Sentia-me vazia, com idéias desinteressantes, deixei pra lá.
Não é que esteja de bom humor, minha motivação foi desabafar. Todos os dias acordo com a sensação de que estou com 38° de febre que tal?
Não importa se dormir mais cedo ou mais tarde, se não vi filmes trágicos, se só tomei meu suco de laranja, se nem pensei em bebida alcoólica. É sempre igual meu acordar. A única coisa que me anima é que sei que dentro de cerca de duas horas, depois de ter-me aplicado em combater este mal, com técnicas conhecidas ele passará. Tenho uma amiga que é “campeã internacional da volta por cima” que diria: Você deve pensar no bom que ainda te resta, no agora, fazer exercícios, ser igual a fulana que se diverte tanto com os netos ou a mãe de Silvia que faz constante visitas aos presos de Valença para confortá-los. Ai meu Deus nada disso me atrai, no momento sou uma senhora sem graça, o que fazer? Tenho que me aturar. Rezo muito para o Espírito Santo me ajudar a ter coragem para levantar, faço alguns movimentos ainda deitada, respiro fundo, me massageio e de repente fico em pé. Já é uma glória. Tomo meu café, refeição que mais gosto, faço preparação algo que ocupe meu raciocínio: palavras cruzadas, bridge no computador, emails ou escrevo como faço agora.
Estou muito aborrecida de ter perdido a oportunidade do concurso do Cine France Piaf. Depois de ter visto vários concorrentes achei teria chance levando em consideração que eu faço mais seu tipo, cabelo, idade e a boa pronuncia de francês que adquiri no Sion. Cruz credo, acho que me sabotei não batalhando mais por concorrer. Berenice me conformou dizendo que eu ia ficar intragável se vencesse esse desafio e que seria jogada no mundo do ego atrasando anos minha espiritualização. Para consolo serve, mas poderia não só dar um rumo diferente a minha vida, como talvez fosse uma oportunidade de ajudar os desfavorecidos. Mas não adianta chorar sobre o leite derramado...
Estou ao mesmo tempo animada e assustada com o cruzeiro que como já disse farei em companhia de Renato. Porém afugento os pensamentos negativos da viagem.
Ontem me alegrei comprando umas roupinhas para meu cruzeiro marítimo. Ainda estou gorda “pra xuxu”, mas os trajes são bem alinhados. Renato me propôs que comprasse um presente para ele e assim trocamos agrados na noite de Natal. Realmente ter estes três filhos bons desse jeito é uma benção. Estão sempre atentos para que não me falte nada, principalmente companhia. Raciocinando sei que tenho ainda várias coisas para me regozijar, mas o que a ausência de Horst me causou ninguém pode dar jeito...
Senhoras da 3° idade, tentem minimizar desentendimentos com seus companheiros, sempre que possível transformá-los num motivo de riso, porque mal com eles muito pior sem eles. Eu não soube fazer isso, mas deve haver quem saiba.
Até breve, querido diário. Espero da próxima vez estar com melhor astral.
Para completar a história quero dizer que o cruzeiro com Renato foi muito bom, navio de luxo, comida boa. Tivemos a maturidade de harmonizar as vontades de cada um, em fim tudo deu certo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009


Grande parte de minha insegurança me parece ter começado quando iniciei a aprender a ler com minha mãe.

Tempos depois vim a saber que ela tinha razões de sobra para estar frustrada. Acredito ser esse o motivo para que suas aulas fossem tão irascíveis! Neste clima desagradável eu ficava nervosa e não conseguia me concentrar nem aprender. Isso a deixava mais irritada ainda e eu torturada quando chamada para as aulas, cujo local até hoje me recordo com desprazer. Houve um dia que por acaso escutei-a falando com alguém: “Ainda bem que ela é bonita e graciosa, pois não tem aptidões intelectuais. “Senti uma verdadeira punhalada no coração”. Então quer dizer que eu era burra! Que tristeza...
Minhas duas irmãs eram consideradas boas alunas do Colégio Sion, um dos melhores do Rio. Flora era aplicada e Leonor considerada “Geninho” que até maratona de matemática participou e aos 10 anos se interessava verdadeiramente por ler “Les Miserables” de Victor Hugo. Elas eram boas amigas, o que sobrou para mim,como já disse, foi a companhia de meu irmão Julinho.
Recordo-me que mamãe delegava a Leonor a função de reforçar meu aprendizado. Ela que detestava a função ia de mau humor e lembro-me de algo que também me feriu fundo e foi motivo de ridicularização, o fato de eu ter escrito uma palavra com ortografia errada. Todos riram de mim o que me deixou mais humilhada. Estes fatos foram crescendo na minha cabeça de tal forma que passei a ficar introvertida e calada diante das pessoas com receio de dizer bobagens e sofrer com elas.
Interessante que agora escrevendo estas lembranças vêm surgindo detalhes e com a emoção correspondente. Como pode algo tão antigo não ter sido completamente apagado? Talvez porque essa “vergonha” tenha me acompanhado por longos anos. Houve uma trégua neste clima quando fui fazer o primário no colégio Mello e Souza onde de repente me vi entre as três primeiras da classe e muito valorizada pelos donos e diretores da escola. Mas meu sonho era ir para o Sion onde estudavam minhas irmãs e pertencer a mesma categoria delas.
Aí é onde entra Sarah! Na época havia um exame de admissão para cursar o ginásio muito levado a sério. Para me preparar bem fui fazer um curso de férias na casa de Sarah, onde a família super intelectualizada organizou para filha e amigas próximas uma sala de aula com carteiras e todo um ambiente escolar. Não posso dizer que ia para lá satisfeita mas todos eram muito afetuosos comigo e estava me preparando por vontade própria para me equiparar a minhas irmãs.. Sarah e eu éramos primas, irmãs nascidas no mesmo mês com diferença de dois dias. Seu pai irmão da minha mãe era um cientista ateu que fazia questão de provar a inexistência de Deus. Era um homem um tanto quanto original que valorizava muito mais a Sarah do que sua outra filha mais velha pelo fato dela ter pendor para os estudos. Eu era a bela e Sarah a sabia e assim o a sansara continuava Naturalmente ambas passamos no exame bem colocadas, ela para Escola normal e eu para o Sion. No 1° ano fui muito feliz acompanhava a turma com facilidade, mas mamãe não se conforma que eu fosse da classe B (alunos menos adiantados do que a turma A) convenceu as freiras sem perguntar minha opinião a me transferirem no 2° ano ginasial para a turma A. Não só perdi minhas colegas, a posição que tinha conquistado como peguei a pior chefa de classe: Mere Maurita, apelidada “o Leão do Metro” Voltei para o inferno! Minha classificação caiu para abaixo da média, e a frustração voltou a subir. Perdi muito o prazer de estudar e arrastei estes anos até me formar na 4° série. Saturada de horários rígidos, bênção ás 5 horas da tarde morta de sono e desinteresse fiquei mais ou menos meio ano namorando, indo á praia e estudando inglês na Cultura Inglesa. Sobrava tempo e resolvi fazer o curso de secretariado no Colégio Fontainha, o que me levou até lá não me lembro mas só pode ter sido o Espírito Santo pois foram dois anos ma-ra-vi-lho-sos!
Gostava de tudo: do currículo, professores, colegas e diretores. Foi uma nova versão do Mello e Souza, tive ainda meu primeiro contato com alunas de teatro e a grande satisfação por ter sido escolhida para o papel de Branca de Neve, representado no Teatro Municipal com pompas e honras para festejar a formatura.

terça-feira, 21 de abril de 2009


Foi uma injustiça não incluir Berenice no meu grupo de salvadores.

Ela é a minha terapeuta desde que Horst faleceu e tem segurado com eficiência e carinho meu estado emocional. Ontem mesmo chorei muito no seu ombro ao contar-lhe que o que mais me dói no momento é pensar em ter que desmontar, doar tudo que possuo quando terminar minha renda e ir morar com minha filha para alugamdo o apartamento em que moro obter recursos que cubram meus gastos pessoais. Além do afago,Berê propôs reunir meus filhos e incumbi-los desta tarefa que segundo ela deverá ser feita por eles para me aliviar desta função penosa. Eu não tinha pensado nesta possibilidade e a idéia me causou muito alívio. Grande Berenice! Além de competente, ativa, criativa e amorosa é altamente espiritualizada e por isso me estimula a reforçar minha fé para que na minha “passagem” me encontre num nível superior de consciência e também cumpra minha atual missão, acatando os desejos do Poder Superior, aceitando meu destino, valorizando o bem que ainda possuo e realçando a vida rica de emoções e realizações que tive. Pelo raciocínio concordo plenamente que fui beneficiada, mas o difícil é mudar o sentimento.
Pesquisando esta área, voltamos para um passado remoto na procura dos motivos que tornaram profunda minha tristeza. Lembranças daqui e dali me fizeram concluir que talvez já tenha vindo com esta marca de outras vidas e não consiga me livrar dela.
Nas recordações de infância prevalecem solidão e desgostos, mas sei que houve muitos bons momentos. Aconteceu no entanto que minha mãe por suas inúmeras tarefas e meu pai creio que por temperaturas nunca foram próximos de mim. Minhas duas irmãs mais velhas eram muito unidas e na época três e cinco anos de diferença de idade tornavam os interesses inteiramente diferentes. Sobrou para mim como companheiro meu irmão, mais moço considerado penso eu, de menor importância na família e minha avó paterna essa sim, tinha certeza que me amava.Ela era a única pessoa da família com serenidade e fé em Deus. Essa senhora foi meu “porto seguro” e devo a ela meu lado emocional sadio. Mesmo distantes recebi inúmeras dádivas de meus pais. Aprendi com minha mãe a ser empreendedora, meu pai embora não sendo ambicioso foi o provedor de nosso sustento com seu laborioso trabalho de médico honesto e correto. Meu avô era uma pessoa extravagante, trocava o dia pela noite e quando tinha recursos era generoso, contribuía com as despesas da casa, quando não, se omitia como se fosse natural. Tinha paixão pelo estudo não só da medicina como por filosofia, psicologia e outros. Vim a descobrir isso pela sua enorme biblioteca que depois de moça tomei conhecimento. Mamãe fez questão de que freqüentássemos ótimas escolas que com sacrifício eram pagas. Eu saí de um colégio onde era feliz e respeitada só para me igualar a minhas irmãs e por isto paguei um preço alto, tudo “minha culpa”.
Na adolescência me tornei uma moça que todos diziam ser linda e por isso não me faltava namorados. Mas concordo com aqueles que dizem que os anos 50 não podem ser considerados “dourados” pois a repressão sexual era imensa. As moças não só deveriam ser virgens como castas até o casamento, o que era um verdadeiro tormento. Nós éramos trancadas e vigiadas o tempo todo, pois qualquer resvalo significaria uma mancha indelével e aniquilação do futuro. Lembro-me bem do caso de uma de nossas conhecidas, pessoa mais destemida, que solteira teve um filho de seu grande amor, foi tanta a pressão que terminou sendo internada numa clínica psiquiátrica. Pobre Maria Helena, uma moça do bem, alegre e criativa, teve este castigo imerecido. Que “Anos Dourados” foram esses?

Meses se passaram e não escrevi nem uma linha.
Há tempos que não tenho vontade de fazer nada que pareça útil. Tenho a sensação de que fiz muito nesta tentativa e grande parte deu em nada.
Minha querida filha Vera foi quem me tirou do buraco, com uma tenacidade e amor hercúleos me carregava para médicos, exames, cinemas para tudo que achava que poderia me distrair apesar de seus inúmeros encargos com o Renascer.
Meus filhos também muito amados, não faziam tarefas práticas e necessárias essas foram feitas por meu genro Paulo a quem sou muito grata. O que eles faziam de bom para mim é mostrar de várias formas o bem que me querem e a gratidão por tudo que de mim receberam. Com isso concluo que acertei mais do que errei na criação deles, o que também me conforta bastante. Sinto que todos os três me querem viva por mais algum tempo o que não é o meu caso. Talvez quem não tenha atingido 79 anos não possa compreender que viver cansa. São muitas tarefas repetidas e também existe o receio de passar por mais desgostos que é possível tolerar. Vera, vem sempre me contar histórias de senhoras atléticas físicas ou mentais que tem o maior “Tesão” de andar 4 quilômetro na Lagoa, que adoram viajar com netas mundo a fora ou que escrevem maravilhas como Lia Luft e muitas mais. Fico me sentindo a “baixo do rodapé”, pois não tenho ânimo para nada disso. Tem momentos que para manter o equilíbrio emocional tenho que acionar o raciocínio com Bridge do computador, palavras cruzadas e outras tantas inutilidades. Mais hoje estou muito eficiente a conselho de Renato tomei xarope de maracujina para dormir em vez das drogas químicas. Parece que funcionou, pois tive um sono tranqüilo e acordei dês-can-sa-da (fato raro).
Em conseqüência já fiz os exercícios para coluna, esteira, meditação e aqui estou satisfeita escrevendo meu diário que talvez seja útil para minhas netas, netos e bisnetas, as mulheres principalmente, talvez se identifiquem com certos aspectos e os homens ficam conhecendo um pouco desta senhora comum que nasceu em 1928 os que para eles será certamente um passado quase irreconhecível.
Existe uma coisa positiva neste meu momento, sonho com a possibilidade de meu professor de canto coral me escolher para na próxima apresentação fazer um número solo com o título da “nossa Piaf”. Nossa porque ninguém sabe de quem, só eu – Da Câmara Comunitária da Barra – minha escola de canto. Já tenho a roupa preta e uma linda cruz para pendurar no pescoço visto ser este seu símbolo. Esta historia estranha
começou com minha mãe que passou uns tempos inesquecíveis de sua vida em Paris. Apaixonou-se pela cidade, povo e língua e passou essa vibração toda para nós filhas, além de nos colocar em coleio de freiras francesas. Tempos atrás quando fui fazer um curso de canto no “Microfone” minhas professoras afirmaram que minha voz só tinha “brilho” em francês. Aceitando suas abalizadas opiniões fiz um repertório na língua que me era muito familiar baseado nas canções de Mireille, Mathieu e Piaf. Segundo Roberto nossos desejos podem se materializar desde que estejam em concordância com as leis cósmicas. Creio que esta vontade não vai contra nenhuma lei e por isso peço sempre ao Espírito Santo para me atender e também tenho no meu quarto o retrato das duas para me lembrar constantemente desta meta. Já pensou a nossa Piaf! É capaz de dar samba e alegria. Meu professor se entendeu meus planos, ainda não deu sinal. Ontem até aconteceram duas coisas na aula , uma ruim e outra boa. No momento em que chegou a vez de me apresentar o maestro disse: “Vamos rápido por que o tempo já acabou”. Eu deveria ter proposto que adiássemos para a próxima aula, mas como adoro me mostrar não resisti e cantei “Pour Deux Coer qui S'Aime” o fato recompensante foi que um modesto funcionário da Câmara que veio buscar o microfone disse: “Adoro ver a senhora cantar”. Pronto, esta sensação boa anulou a ruim e foi a que trouxe comigo. Puxa! Ainda não são 11 horas e já fiz tanta coisa útil assim, Vera vai acabar ficando satisfeita, e eu quem sabe me tornarei uma “senhora dinâmica”.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Meu querido,


Hoje acordei com uma incrível vontade de conversar com você.
Já fazem quase cinco anos que partiu e essa tristeza não me larga.
Lembra-se que uma vez me disse que gostaria que eu ficasse desolada com nossa separação , aconteceu muito mais do que isso simplesmente desmoronei e por mais que tente não consigo reencaixar as peças. Meu amor ainda é tão vivo que o sinto como nos primeiros tempos que te conheci e esperava ansiosa por teu telefonema. Certamente ficaram faltando tantas coisas a serem ditas mais de qualquer forma direi agora. Como você me fez feliz!
Foi “amor a primeira vista” dos dois lados muitas pessoas não tiveram essa sorte.
Angela acha que nosso romance foi um “mar de rosas” eu não concordo, sem dúvidas prevaleceu o bom mas aquelas brigas sem motivo, hoje acredito que tinham muito mais a ver com nossas raivas enterradas que assim se expressavam. Quem não carrega partes neuróticas? Todos temos, mas deixa pra lá, vamos ficar com o bom.
Viajar, passear, conversar, tudo era bom com você, transar então era super!
Nossos filhos estão bem melhores de saúde. Roberto ainda me preocupa, pois como você deve se lembrar só corre atrás de mega projetos que consomem muita energia e até agora não levaram a nada. Vera como sempre dedicadíssima ao Renascer, mas sempre achando tempo para tratar de mim, fica chateada porque não sou uma senhora atlética como algumas que conhece, pois com razão, acha que seria melhor para minha saúde. Não faço questão nenhuma de viver, sem você tudo perdeu a graça.
“Sou um personagem a procura de uma vida”. Já que o Poder Superior insiste em que eu permaneça neste planeta procuro por algo que me devolva o entusiasmo pela vida. Falando nisso, meu amigo, paguei um “mico” que levei dois dias exorcizar.Tomei coragem e telefonei para o parceiro de Leonor nas novelas. Fui direto ao assunto: Você sabe como é difícil montar uma vida nesta altura dos acontecimentos, mas como sempre gostei muito de representar e não ingressei profissionalmente por ser incompatível com a vida de meu companheiro fiquei com esperança que você me arranje “uma ponte” nesta nova novela. Silêncio...
A resposta veio bem desanimada, mas você pretende começar logo na novela das 8hs?
- Uma pontinha pensei que não fosse tão difícil e abriria portas para um mundo e pessoas que sempre me interessaram. Olha, fiz vários cursos inclusive com Maria Clara Machado.
- Mas qualquer ponta na novela das 8 é importante.
Um forte desagrado foi se apoderando de mim então disse: Olha, este foi um impulso maluco, movido por meu intenso desejo de reconstruir uma vida.
Aí ele foi gentil e disse: Compreendo que você me procurou por ser a pessoa que conhece nesta área vou me informar e se tiver alguém ou alguma chance eu te ligo.
Com sensação de ter “mastigado hóstia” (que besteira!) me despedi fazendo votos de êxito o que não era bem o que meu coração queria dizer naquele momento
Berenice minha querida terapeuta, me relembrou que existem três etapas nestas situações:
1°) Ação (no caso a coragem de me expor no telefonema)
2°) Tempo (as flores só surgem no momento delas)

3°) O Divino (é necessário que o Espírito Santo concorde de ser esta uma boa oportunidade para mim.)

Por enquanto então, só tenho uma coisa a fazer esperar.
Hoje cansei, vou ficar por aqui te enviando um beijo igual aqueles que você me dava no elevador quando ainda éramos noivos.
Até Breve,
Daquela que ainda trasborda de amor por você
Cordélia