Foi uma injustiça não incluir Berenice no meu grupo de salvadores.
Ela é a minha terapeuta desde que Horst faleceu e tem segurado com eficiência e carinho meu estado emocional. Ontem mesmo chorei muito no seu ombro ao contar-lhe que o que mais me dói no momento é pensar em ter que desmontar, doar tudo que possuo quando terminar minha renda e ir morar com minha filha para alugamdo o apartamento em que moro obter recursos que cubram meus gastos pessoais. Além do afago,Berê propôs reunir meus filhos e incumbi-los desta tarefa que segundo ela deverá ser feita por eles para me aliviar desta função penosa. Eu não tinha pensado nesta possibilidade e a idéia me causou muito alívio. Grande Berenice! Além de competente, ativa, criativa e amorosa é altamente espiritualizada e por isso me estimula a reforçar minha fé para que na minha “passagem” me encontre num nível superior de consciência e também cumpra minha atual missão, acatando os desejos do Poder Superior, aceitando meu destino, valorizando o bem que ainda possuo e realçando a vida rica de emoções e realizações que tive. Pelo raciocínio concordo plenamente que fui beneficiada, mas o difícil é mudar o sentimento.
Pesquisando esta área, voltamos para um passado remoto na procura dos motivos que tornaram profunda minha tristeza. Lembranças daqui e dali me fizeram concluir que talvez já tenha vindo com esta marca de outras vidas e não consiga me livrar dela.
Nas recordações de infância prevalecem solidão e desgostos, mas sei que houve muitos bons momentos. Aconteceu no entanto que minha mãe por suas inúmeras tarefas e meu pai creio que por temperaturas nunca foram próximos de mim. Minhas duas irmãs mais velhas eram muito unidas e na época três e cinco anos de diferença de idade tornavam os interesses inteiramente diferentes. Sobrou para mim como companheiro meu irmão, mais moço considerado penso eu, de menor importância na família e minha avó paterna essa sim, tinha certeza que me amava.Ela era a única pessoa da família com serenidade e fé em Deus. Essa senhora foi meu “porto seguro” e devo a ela meu lado emocional sadio. Mesmo distantes recebi inúmeras dádivas de meus pais. Aprendi com minha mãe a ser empreendedora, meu pai embora não sendo ambicioso foi o provedor de nosso sustento com seu laborioso trabalho de médico honesto e correto. Meu avô era uma pessoa extravagante, trocava o dia pela noite e quando tinha recursos era generoso, contribuía com as despesas da casa, quando não, se omitia como se fosse natural. Tinha paixão pelo estudo não só da medicina como por filosofia, psicologia e outros. Vim a descobrir isso pela sua enorme biblioteca que depois de moça tomei conhecimento. Mamãe fez questão de que freqüentássemos ótimas escolas que com sacrifício eram pagas. Eu saí de um colégio onde era feliz e respeitada só para me igualar a minhas irmãs e por isto paguei um preço alto, tudo “minha culpa”.
Na adolescência me tornei uma moça que todos diziam ser linda e por isso não me faltava namorados. Mas concordo com aqueles que dizem que os anos 50 não podem ser considerados “dourados” pois a repressão sexual era imensa. As moças não só deveriam ser virgens como castas até o casamento, o que era um verdadeiro tormento. Nós éramos trancadas e vigiadas o tempo todo, pois qualquer resvalo significaria uma mancha indelével e aniquilação do futuro. Lembro-me bem do caso de uma de nossas conhecidas, pessoa mais destemida, que solteira teve um filho de seu grande amor, foi tanta a pressão que terminou sendo internada numa clínica psiquiátrica. Pobre Maria Helena, uma moça do bem, alegre e criativa, teve este castigo imerecido. Que “Anos Dourados” foram esses?
Pesquisando esta área, voltamos para um passado remoto na procura dos motivos que tornaram profunda minha tristeza. Lembranças daqui e dali me fizeram concluir que talvez já tenha vindo com esta marca de outras vidas e não consiga me livrar dela.
Nas recordações de infância prevalecem solidão e desgostos, mas sei que houve muitos bons momentos. Aconteceu no entanto que minha mãe por suas inúmeras tarefas e meu pai creio que por temperaturas nunca foram próximos de mim. Minhas duas irmãs mais velhas eram muito unidas e na época três e cinco anos de diferença de idade tornavam os interesses inteiramente diferentes. Sobrou para mim como companheiro meu irmão, mais moço considerado penso eu, de menor importância na família e minha avó paterna essa sim, tinha certeza que me amava.Ela era a única pessoa da família com serenidade e fé em Deus. Essa senhora foi meu “porto seguro” e devo a ela meu lado emocional sadio. Mesmo distantes recebi inúmeras dádivas de meus pais. Aprendi com minha mãe a ser empreendedora, meu pai embora não sendo ambicioso foi o provedor de nosso sustento com seu laborioso trabalho de médico honesto e correto. Meu avô era uma pessoa extravagante, trocava o dia pela noite e quando tinha recursos era generoso, contribuía com as despesas da casa, quando não, se omitia como se fosse natural. Tinha paixão pelo estudo não só da medicina como por filosofia, psicologia e outros. Vim a descobrir isso pela sua enorme biblioteca que depois de moça tomei conhecimento. Mamãe fez questão de que freqüentássemos ótimas escolas que com sacrifício eram pagas. Eu saí de um colégio onde era feliz e respeitada só para me igualar a minhas irmãs e por isto paguei um preço alto, tudo “minha culpa”.
Na adolescência me tornei uma moça que todos diziam ser linda e por isso não me faltava namorados. Mas concordo com aqueles que dizem que os anos 50 não podem ser considerados “dourados” pois a repressão sexual era imensa. As moças não só deveriam ser virgens como castas até o casamento, o que era um verdadeiro tormento. Nós éramos trancadas e vigiadas o tempo todo, pois qualquer resvalo significaria uma mancha indelével e aniquilação do futuro. Lembro-me bem do caso de uma de nossas conhecidas, pessoa mais destemida, que solteira teve um filho de seu grande amor, foi tanta a pressão que terminou sendo internada numa clínica psiquiátrica. Pobre Maria Helena, uma moça do bem, alegre e criativa, teve este castigo imerecido. Que “Anos Dourados” foram esses?